A prática multidisciplinar de Iran do Espírito Santo envolve principalmente escultura, desenho e instalação. Ao investigar o espaço entre concreto e abstrato, ele questiona os limites da representação visual e os hábitos perceptivos típicos do regime óptico contemporâneo, que tende a favorecer o espetacular e o excessivo em lugar do corriqueiro ou do comum. Assim, Espírito Santo mantém um diálogo com a tradição vanguardista brasileira, de nomes como Regina Silveira e Waltercio Caldas, aliada aos procedimentos de serialização e formatos anônimos empregados pelo minimalismo. O seu procedimento sempre tenciona um projeto arquitetônico e sua realização, e o aspecto pré-fabricado de muitos de seus objetos evocam o estilo de composição do design industrial. A depuração das formas a seus elementos básicos parece restituir os objetos a um estado neutro, onde as coisas mais usuais são decompostas em linhas e planos no espaço.