Em instalações, esculturas, gravuras, desenhos e pinturas, Cristiano Lenhardt emprega madeira, papel, linho cru e pigmentos naturais. Além desses materiais orgânicos, o artista também se vale de elementos industriais, como alumínio, cobre e concreto. As propriedades materiais desses objetos, sua aparência à luz ou suas possibilidades plásticas e simbólicas, são exploradas por Lenhardt, em composições que emulam tanto uma abstração geométrica quanto elementos decorativos populares. Em sua série de dobraduras, por exemplo, Lenhardt emprega a dobra como método de desenho, em que a prensagem e a combinação de encaixes jogam com o contraste entre o linho, orgânico e cru, e o alumínio, mais industrial e sintético, para criar zonas de contato através das dobras, que intercalam o metálico do alumínio e a opacidade do papel ou do linho numa só composição geométrica. Analogamente, no seu complexo repertório conceitual, bichos, humanos, plantas e pedras se encaixam com informação digital, televisores e plásticos.