Adriana Varejão trabalha com pintura, instalação e escultura. Sua obra é abertamente política e entretém constantemente um diálogo parodístico com a história colonial e pós-colonial do Brasil. Escorando-se em um repertório cultural que vai do barroco brasileiro à literatura de viagem setecentista, a artista aproveita uma confluência de ideias para refletir sobre o pluralismo mítico da identidade brasileira. Do barroco, por exemplo, Varejão aproveita a artificialidade, o trompe l’oeil e a anamorfose, utilizando táticas de simulação e justaposição para enganar os sentidos. Seu interesse pelo azulejo e por seu legado como metáfora da miscigenação cultural é elemento central de seu corpo de trabalho. Suas pinturas alcançam uma densidade volumétrica graças à atenção da artista a diferentes espessuras, craquelados, cortes e fendas introduzidas nas superfícies, extrapolando o plano e ganhando o espaço.