As esculturas e instalações de Valeska Soares utilizam uma ampla gama de materiais incluindo espelhos, superfícies reflexivas, livros, objetos e móveis antigos, mármores e frascos de perfume. Em mídias de duas ou três dimensões, sua obra engendra uma complexa teia entre tempo e memória, invocando o corpo humano e os objetos no limite de seu desaparecimento. Partindo de uma criação ativa da falta, seus trabalhos desdobram a ambivalência da memória, num equilíbrio tênue entre permanência e transitoriedade. A matéria empregada, assim como a memória que Soares frequentemente toma como assunto, desaparece e se apaga, mas o desaparecer é também a fabricação de um efeito singular.