Marina Rheingantz trabalha a partir das convenções de gênero da pintura de paisagem. Em diálogo com a história da arte e o repertório brasileiro, as suas telas sobrepõem toques de pincel curtos e esparsos a camadas empastadas de tinta. Sugerem assim amplos espaços imaginários, em pinturas suspensas entre a abstração e a figuração. Não sabemos se uma pincelada é uma montanha ou uma marca de tinta, compondo uma espacialidade vaporosa e oscilante. Observar suas obras de perto ou de longe faz a impressão total que temos de suas composições variar; o que parecia um contorno de paisagem, quando visto de perto, reduz-se a marcas brutas e acúmulos de tinta sem uma remissão simbólica. Atualmente a artista tem desdobrado questões de sua pintura em trabalhos de tecelagem, cuja técnica rítmica e iterativa dá forma a pictorialismos que aparecem pelas superfícies de seus quadros, que vão do pequeno e médio formato a escalas monumentais.